quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Livros: muitas viagens

Muitas viagens eu fiz
de avião, trem, navio e até canoa
a lugares distantes.
Alguns rios e mares
"nunca dantes navegados"
Estive em castelos sombrios
nos Morros Uivantes.
Em seringais colhi a seiva
da floresta, conheci barracão
onde soldados da borracha
se endividavam pelo pão.
Cruzei o lago do Monstro Ness,
nas Terras Altas da Escócia.
Tantos lugares visitei,
Vivi e me emocionei.
Como um ser de leveza insustentável,
não sei se o livro entrou em mim,
ou se fui eu que nele entrei.

@ladyraquel




segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Vésperas

Ó Cristo, luz do Pai,
ó Mãe de Deus, Maria,
José, que protegeis
o lar, com alegria.

Com flores de virtude
refulge o vosso lar.
Da graça a própria fonte
aí se vê jorrar.

Os anjos ficam pasmos
ao ver de Deus o Verbo,
vestido em carne humana,
servindo os próprios servos.

Embora sendo o último,
José, vós presidis.
Dais ordens a Maria,
aos dois, porém, servis.

Mais nobre que os palácios,
refulge esta mansão,
pois nela teve origem
do mundo a salvação.

Jesus, Maria, José,
do céu, onde reinais,
fazei que nossos lares
recebam vossa paz.

Por vós, ó Jesus Cristo,
cheguemos nós também,
com vossos pais, à glória,
pro lar dos céus,
Amém!

domingo, 6 de junho de 2021

A dança: expressão corporal e cultural


Dançar é um ritual de beleza.

Quando a música libera a alma,

mente e corpo flutuam

em movimentos 

que parecem reverências.

Na dança de olhares, 

em ardentes cadências

corpos estremecem.

E a arte em ritmo de poesia,

como uma segunda pele,

estica, aperta, molda, reveste;

os braços que enlevam 

revelam no passo final, 

sem ruptura, 

de dois apenas um,

como uma bela escultura.


II

Um ritual pré-histórico, 

sem recursos ou instrumentos sonoros,

corpos em movimento, não por indução

de uma melodiosa canção,

mas pela imaginação ou sensação causadas 

pelas batidas dos pés, das mãos e do coração;

do corpo, apenas braços e pernas como extensão,

para, através deles, expressar tudo o que

a linguagem insuficiente e rudimentar

não conseguia do significado alcançar.

Surgiram, assim, neste esforço 

de se fazer entender, como num teatro amador,

as primeiras pantomimas da comunicação.

São registros desenhados nos entalhes

simplórios, mas muito ricos em detalhes

gravados, encravados como quadros nas paredes

das cavernas dos nossos ancestrais,

para que, em outras eras, fossem as memórias

dos gestos, movimentos e expressões faciais; 

os traços de uma civilização: suas histórias.


III

Pagã, mitológica, religiosa, mística, gnóstica...

Foram surgindo ao longo do tempo 

diversidades de culturas criadas pelos povos,

para atrair saúde, sabedoria, alimento...

Ao chefe das tribos cabia

zelar pelo povo, cultivando a alegria;

e quão bela era a nação reunida,

enfeitada com adornos e pinturas,

na execução da arte também pela vida.

Em cultos de adoração, fé e medo,

astros-deuses como o sol e a lua

detinham da dança sagrada o segredo

de fazer chover e do mal proteger,

gerando homens fortes para a guerra vencer.

Dos céus vieram também outros deuses,

que a mitologia estendeu para a terra e o mar

Criando outras artes tão belas, embora nenhuma delas

superasse a arte de dançar;

tanto que até a bíblia discorre sobre um 

jovem galileu, que dançava alegremente

numa festa, nas bodas de um amigo seu.


IV

E como a dança, a arte avança. Em pares ou em rodas

encadeadas como um grande balé ainda em originalidade.

Do teatro aos salões, a nobre coreografia, ao som de

O Lago dos Cisnes e O Quebra Nozes, de Tchaikovsky, 

os braços se abraçam e os pés, em ritmo constante,

deslizam na metalinguagem do baile em suaves voltas.

A valsa oficia a primeira dança da jovem debutante

e sacramenta no casamento o elo que simboliza a união.

Por isso, é sempre contemporânea, simultânea, eterna.

Fenômeno social sempre em evolução,

é o ritmo da música que dá força e expressão

à coreografia, do grego koreos (dança) e grafia (escrita),

que faz o dançarino delinear o espaço com o corpo

e, à sua maneira, comunicar-se com o som.

Sentir, escutar, deixar-se levar pelas sensações, emoções...

Dançando, imitando, revelando fatos em atos,

representando em cada dança uma prática cultural.

E nesta fusão da arte com o homem, 

abstrato e concreto, num jogo personificado,

completam-se na suave beleza do bailado.

Raquel Santos


 

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Paixão

Meus olhos são duas janelas
abertas para o mundo
eles traçam no abrir e fechar
O roteiro do meu dia
Assim decido em 1 segundo
Sentir alegria ou melancolia
Depende de mim sorrir ou chorar.
Mas as melhores cenas
são as que vejo 
com olhos fechados.
A mente fantasia nossa cama 
como palco, onde explode 
a emoção. 
Um amor tão puro, maduro
Sentido em cada toque
Curvas, relevos, marcas do tempo
Que imploro você provoque
De olhos fechados até sentir
Meu corpo entregue sucumbir.
#ChácomLetras 
@ladyraquel42

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Outra Vez

Qd triste, olhei pro céu
Vi no imenso universo
Descortinar-se um véu
Em meu silêncio imerso
Ouvi a voz da natureza
Como num grande teatro
Um divino espetáculo
Encenado ato por ato
Mostrou-me a pequenez
Do meu dilema
Como por encanto,
Meu mundo se refez
Eis-me em cena,
Outra vez!

Prece do povo

Senhor,Deus de bondade
Acalma nossa aflição
Senhor, és nosso Pai
Tem de nós compaixão
Escuta as preces do povo
Q se une em oração
Deus Santo de Misericórdia
Envolve o mundo com teuamor
Ñ deixa teus filhos nodesespero
Acalma nossa dor
O mundo clama por ti 
Deus Santo
Meu Salvador 

domingo, 24 de janeiro de 2021

Ao meu amigo Eduardo Chiarini

Perdida na retórica
do ser ou não ser,
professora ou poeta,
não importa o saber.
Foi você, meu amigo,
no caos, o porto seguro,
onde apartei-me da deriva
do mar de intrigas e escuro
em que me encontrava.

Das Minas Gerais, o jeito de ser;
da nobreza d'alma, a generosidade;
do coração grande, a amizade.
Quem diria que nas conversas sutis
encontraria um amigo tão gentil?
Meu salva-vidas na tempestade
e também nos dias de calmaria,
com incentivos de seguir adiante.
O escritor, poeta e também amante
da ciência mais bela, a Filosofia.

Confiou-me seus contos e personagens, 
entre estórias de realidade e ficção. 
Enveredando por perigosas viagens,
aventurei-me a conhecer um pouco
do que se passava em sua imaginação.
Desde um poeta desejando um café
à professora que desvendava casos,
usando ideias filosóficas e astúcia.
Assim é a bela e competente Ana Lúcia. 

Meu amigo, Eduardo Chiarini,
se um dia por qualquer descompasso,
esta professora precisar se ausentar,
saiba que deixará aqui neste espaço:
gravados seus versos, sua gratidão,
seu respeito, a Diva (Meryl) e abraço 
carinhoso da mais sincera admiração!

* Dedicado exclusivamente ao poeta, 
escritor e filósofo Eduardo Chiarini.








sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Limbo do amor

Por um instante
Um breve eclipse
Sombreou-me os olhos
Coração assustou-se
Quem apagou o amor?

A iminência da perda
Conflito intenso
A ausência de dor
Desfez a aliança
Da fiel lealdade...
pura confiança

Abro os olhos
Dissipam-se as nuvens
Visão de clareza.
Restaram apenas
Do tanto que sentia
O sorriso Monalisa
O verso sem beleza
Na mais pobre poesia
Vagando nas entrelinhas
Sem passar pelo filtro
Do amor que ficou no limbo
Chorando minha tristeza.

Literatura

Literatura

A literatura ensina e faz o mundo todo caber dentro dos versos de um poema, nas linhas de um romance e nas entrelinhas que deixam escapar su...